Santa Casa de Vinhedo

O serviço de Psicologia na Santa Casa de Vinhedo, prestado pela profissional Juliana de Jesus, completou um ano com balanço positivo, segundo ela. Para Juliana, os colaboradores do hospital incorporaram a Psicologia em suas rotinas, reconhecendo-a como um suporte, como um espaço e cuidado para eles.

Juliana avaliou o que foi feito nestes 12 meses. Vale lembrar que dois parceiros – Flávia Bitar e o ex-vereador vinhedense Thiago Marra – tiveram papel importante na viabilização do serviço dentro do hospital.

Santa Casa de Vinhedo – Qual o balanço deste 1º ano de trabalho? Gostou da experiência e dos colaboradores?

Juliana – Com certeza. O projeto “Cuidando de quem Cuida” foi muito bem acolhido, o que permitiu que o trabalho fluísse e se desenvolvesse com muitas interações. Vi pessoas se beneficiando com os espaços de acolhimento, os direcionamentos, as intervenções nas equipes e os momentos de descontração que as rodas de conversas e dinâmicas promoveram. Todas se sentiram vistas. A experiência foi totalmente rica pra mim, pois a compreensão da importância do “autocuidado para cuidar” com certeza possibilitou nos tornar agentes de transformação.

Santa Casa de Vinhedo – A realidade da Santa Casa é muito diferente da encontrada por você em outros lugares?

Juliana – Embora cada lugar tenha as suas características particulares, a Santa Casa se diferencia no apoio e incentivo da Provedoria e Gerência. Quando quem está na direção valoriza o trabalho ofertado, ele ganha força. Eu trabalho muito motivada aqui e isso impulsiona e desperta o entusiasmo, como uma reação em cadeia. Isso provoca mudança e melhora para todos.

Santa Casa de Vinhedo – Você começou assistindo a colaboradores preferencialmente, mas passou a atender pacientes e seus acompanhantes. Como foi lidar com esses novos públicos?

Juliana – Foi um reflexo do trabalho com os colaboradores. As equipes médicas e de Enfermagem reconheceram o suporte e me acionam para assistir aos pacientes. Apesar de serem demandas diferentes, não faz diferença na minha prática. Lido mais com vulnerabilidades, mas com o mesmo olhar, oferecendo acolhimento, conforto e perspectivas melhores. O sofrimento tem que ser legitimado e cuidado em qualquer circunstância, não cabe diferença. E eu fico feliz em colaborar.

Santa Casa de Vinhedo – Fale do apoio da Provedoria e da Gerência de Enfermagem ao seu trabalho, que é algo consolidado e cada vez mais perceptível.

Juliana – Tenho muita gratidão à Provedoria e Gerência. Ambas reconhecerem a importância de “cuidar da saúde emocional de quem cuida”. Querem promover um ambiente favorável para desenvolver o trabalho, validar os sentimentos dos profissionais e não apenas exigir resultado. Buscam apoiá-los nas soluções de conflitos, acolher a história de cada um. Ter interesse genuíno por eles, se preocupar com o bem-estar também para a qualificação do serviço ofertado e beneficiar quem recebe o atendimento são valores que estão em consonância com os meus. E eu me sinto muito respeitada na Santa Casa. A instituição acolhe minhas ideias, discute comigo as estratégias e soma comigo suas competências. Isso torna o trabalho efetivo. A Provedoria e a Gerência são parceiras de verdade. É uma gestão horizontal, que escuta, direciona e constrói junto.

Santa Casa de Vinhedo – Como projeta o futuro no hospital?

Juliana – O que é muito certo pra mim é que eu quero ser uma colaboradora da Santa Casa por muitos anos. Temos muitos projetos para executar e espero ter ampliada a carga horária para atingir mais colaboradores. O hospital é um universo que desperta vontade de ajudá-lo a crescer, exatamente pelas pessoas que estão na linha de frente hoje, se esforçando para que tudo melhore por um bem comum. Quero levar conforto, cuidado e serviço qualificado para quem sofre as angústias de adoecer. Por esta razão, quero ficar e ser uma parcela deste objetivo, me sensibilizando ao cuidado de quem cuida e ajudando a cuidar de quem precisa.